Por Fernanda Valente
Em época de e-mail's, whatsapp, facebook e outras mídias digitais, expomos a todos o que sentimos e nada mais é íntimo. Através de um "print" ou cópia, posso enviar para outra pessoa ver a declaração de amor que um amigo, famoso ou desconhecido fez pelo Facebook. Há quanto tempo você não escreve uma declaração de amor no papel?
Sempre gostei de escrever e receber cartas, de amigas ou namorado. Claro que quando eu era adolescente essas redes sociais não existiam. Ficaria muito triste se algum amigo ou ex-namorado tirassem fotos de cartas que escrevi e postassem na Internet para todos verem, curtir, comentar e compartilhar... Por quê?
Uma carta é individual, particular e íntima. Penso que o mesmo são para as relações amorosas. Vejo atualmente, casais cobrando declarações um do outro pelo Facebook. O fato da pessoa não ficar escrevendo o que sente para todos explicitamente não significa que seu parceiro não lhe ame. O amor hoje em dia anda compartilhado demais!
Quer fazer alguém feliz? Escreva uma carta. Deixe alguém sentir a emoção de receber uma carta pelo correio.com sua letra, sua assinatura ou beijo marcado de batom. Existe algo mais brega, íntimo e lindo? Quem sabe até pingar um pouquinho do seu perfume. Afinal, que graça tem a vida sem essas sensações? Toques e expressões.
Há uns dois anos selecionei umas 50 pessoas que eu gosto muito e enviei cartões de Natal feitos por mim. Escrevi mensagens de amor nuns corações de papel. Alguns amigos me retribuíram com outro cartão. Fiquei muito feliz, pois em época de Internet quase ninguém faz isso. Outros amigos tiraram foto do cartão que enviei e agradeceram de forma exposta.
Aprendi com isso que não preciso ficar mostrando para o outro o quanto eu sou amada. Existem pessoas que preferem não gritar amor. Eu sou uma dessas pessoas. Prefiro tocar com gestos ou lembranças eternas. A troca de cartas e palavras precisam de intimidade, pois a vida real são abraços apertados e não apenas "selfs".
Obs: Hoje é o dia nacional do selo
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